domingo, 17 de agosto de 2008

Adm-not

Vemos-nos como nós, até o nosso último poder.
Dele em diante, somos nada, só dependência ou pena.
De 'sem' em valor ou em tempo, somos bons e fracos.
Vemos-nos em outros preços, em outra doença de permitir chegar perto.
Somos cotas, preços e sentimentos em fim.
Carnes de ventre livre. Somos almas. Vidas.
Esquecimento e lembrança em qualquer momento de pena.
Egoístas sempre. Em qualquer distração. Em qualquer capital.
Em qualquer herança.
Errados e seres. Vivos, somos.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cravos e flores

De caule e espinho
De verde e vermelho
Passado e presente

Passar de ponta a ponta o olhar
Contornar azul e marrom
De um lado na maldade avistar verdade
Do lado da verdade, avistar maldade
Sentidos num mar espumando vaidade
Imperar absurdamente simplicidade
Deparar-se na metade
Acerta-se com dobras de cumplicidade.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sorrisos

Surpreendem os que brotam das palavras do a, b, c. Surpreendem todos os tipos. Cada caso é impar. Secção de dois olhos pra observar os muitos. Leveza, calma pra soar a voz. Esperteza pra acompanhar de um lado a outro. Tranqüilidade pra ver surgir aqueles clarinhos que tanto se destacam no meio de tanta sedução. Eles que ainda são algo que devoram e não que são devorados, eles que não se misturam e não se transformam em algodões-doce. Há ainda os mais escondidos e solitários, eles que são apenas de existência imaginável. São os que surgem das lembranças das coisas bestas. Os incríveis de fotografar pro tempo todo. Ouvi ontem que até os olhos sorriem. São os três que se vê.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

...

Sonho um dia em ser assassinado por disparos perfeitos transmitindo a culpa de não ter se matado, às mãos do ladrão vulgo 'expulsador' de almas que promove o encontro do céu com os cristãos.

Sonho me privando do pecado suicídio, promovendo minh'alma a perder a falsa luz terrena
e ganhar luz divina.

Dou perdão a despedida, antes do encontro da prata com o peito.

Dispenso aplausos, me retiro da dor com a morte, pois, sentir geralmente tem um azedume que é mais que saber contar com a própria sorte.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Legendária Cavalgada

No meu estado de ócio, peço que o pronome ‘elas’ seja mais suscetível à raridade dos aqueles. Contínuo descanso pra eles. Ainda me contentarei, longamente, mas por continuidade de afirmações em subnível como verossímil... Sem mais... Venham! Dolorosos “seçonários”... Os surpreendo com fria revolução.
Ataquem-me como armado navio de guerra, com durante tripulação, trajados por armadura talhada a golpes de verdade.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Oposição de duas de quatro

A mais bela, a mais rosa.
A de mais pétalas, a de mais cores.
A de mais pureza, a de mais doce voz.
A primeira.

A segunda, a qu'e sinônimo da primeira.
Alma negra, ventania.
Implosão de quartetos e tercetos.
Sombra espaçada do meio das lembranças.
Sentenças, cinzas, sussurros de amor e ódio.
Do mesmo número de letras.

sábado, 15 de março de 2008

Cores, quais misturas?

O passado, nem sei, só lembro que me causa uma sensação de traição. Não entendo por que te olhar os momentos congelados me traz negação. Sem abstração momentânea, vou contra todos os meu princípios. Pra tudo isso, é preciso passado, passar. Lembrar-me-ei de tudo que sei, até do que descobri e descobrirei. Sistemático, devo ser! Esquecer todo o lirismo, todas as poesias, todas as tintas, todas as cores. Fazer verdade apenas do meio termo que passa por essa linha do tempo. No Presente, me disfarço, volto a ser como era antes, ou na verdade, me disfarço sendo o que não sou nesse presente, sendo farsa. Cabe-me lembrar que nada é ilusão como o fechar e abrir de olhos em dias que o sol não se esconde atrás das nuvens, nada disso tem aquela cor azul. Mas... Esqueci-me da mistura que torna a tinta irremovível que é a verdade.