segunda-feira, 11 de maio de 2009

Que saudade faz, e é estranho perceber a semelhança de um senil que olha pelo espelho tentando adivinhar o que é. É débil, acha ser mais novo do que sou, não percebe que sofre o tempo sem proveito. É imagem invertida, mas não me ganha os anos. Está fora do meu foco e do centro de curvas, desvio do olhar.
A vista é ampla, e necessita precisão de não encontrar-lho, velho sábio.

sábado, 15 de novembro de 2008

Ocupa-se de encontrar

Contorno com a mão a parte de baixo da orelha,
meus ouvidos esclarecem-se das gotas que caem no chão
um movimento suave faz a chuva acabar triste, brotar.
São como fantasias dessas saias que se assemelham a algodão,
como um balão mágico, o ápice da vez.
Não esconder-se atrás das poucas horas. Em são consciência,
a honra será a mesma, terá o que briga por ti com as mesmas palavras triviais,
e como elas, na esquina, deverás estar.
É tão livre como a luz daqueles que querem sentir.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A faca de outro gume

Encontramos novas palavras, e quando achamos, encontramos outras como mais novas. Essas coisas valem mais que qualquer passado.
É sempre muito difícil as pessoas encontrarem, se acertarem nos seus ‘poréns’ e ‘entretantos’. Repetem-se muitos dos passados, mas, nas desculpas não é o mesmo. Tentamos enviar desviar culpa, trazendo pra perto, não empurramos mais, os certos são os que culpam, melhor, os que se culpam. Isso é bem rápido, coisa mesmo de um mártir. O certo é, que não é culpa de nada nem de ninguém, estipulações são feitas pra cada intimismo, e o alheio que o tem, compreende e insiste bem em sugar o teus princípios fraternais. Se bem que quarenta por cento do que se é, é lapidado por nós, sem descartar aqueles princípios e toda a psicose moderna. Wilde comenta com palavras distintas, "a mente vazia de quem não tem onde se apoiar, entorta-se, perturba-se vagamente". Nesse cotidiano, o que menos se ver são ficções fragmentadas a la laços de família, ou global qualquer.
-Não se deparar com uma miragem na frente do espelho, ou uma montagem.
Contar aqueles, alguns segredos, acordar mais cedo.
Quando o sol chegar. Nada de idealizar, sem perder a essência de que sonhar é bom demais. Duvidamos-nos demais, quando o mais certo é não encobrir-se de auto-agrados desnecessários, mostramos pra bem mais que nós mesmo, que somos o que diz aquela voz que grita da cabeça ao coração, todo o sentimento e racionalismo. Fale, luzes neurônicas e batidas sentimentais. Sempre adoram ou minimamente detestam, o segundo, é sempre um início da verdade (por um dos que pensam ser certos).

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A última flor do hospital

Doente, porém, com consciência fora do coma, dentro de si. Calculando, atos, relatos, pisos, extratos, código de barra dos sorrisos, daqueles que brotam daquelas bonecas, daquele salto, daquele balançar. Preocupando-se mais com o artesanal. Era bem mais simples. Era bem mais divino, era bem mais oriental, era mais grego, clássico...
Insistente com esses clichês, precisava de dúzias de notas frias pra assoa-se da gripe assoladora. Ligava o rádio, com a ponta da folha, o que lhe restava dos dois lados, som e pontinha. Das ondas, estremecia, e largava as primeiras pétalas ao som dos tambores.Curava-se das coisas, se guardava, se deixando ultima, enquanto as do jarro ao lado caiam, ouvindo as conversas, dos acusados que tomavam o leito. Ouvia de longe, deixando-se da contaminação viral, usava mascara. Fotossintetisava um ar filtrado, passado da fina lã de vidro, pra transparecer maldade. Ganhou alta, germinaram duas sementes, brotaram duas, mal e bem. E com o vento, flutuavam de um lado a outro, ‘bens e mals- me-ques’.
lápide+ 16/02/91

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

'paixão'

Há quem diga que materialismo não traz sorrisos consigo. É só olhar e apreciar cada gesto, sejam eles os mais sinceros e mais grotescos possíveis... E há muitas formas de sorrir, tão certo como a verdade do 'sorrir enganado'.
E com o passar do tempo, classificamos os sorrisos e sabemos renunciar pra suprir a necessidade de tê-los.
Os de agora nunca serão como os de um tempo atrás, daqueles que a gente pensa em voltar a ser criança.
Tudo cabe na embalagem, 'tudo derrepente passa e já passou, tudo derrepente atrasa e já passou'.
Tudo é como isso, que diz que passa. São impulsos e ambições. Isso de escrever é isso mesmo, não se contentar, querer mais, melhorar, exaltar mais. Fazer bradar.

Ô palavrinha mágica, cheia de misticismos, tudo passa aí, encarando-se as teorias quânticas, que explicam dois meios mundo, apesar de que pra ‘muitos’, é fruto de imaginações, daquelas que desafiam as outras a se proporem. É capaz?



E ter é ter, sem depender da situação. (cabe como descrição)

domingo, 17 de agosto de 2008

Adm-not

Vemos-nos como nós, até o nosso último poder.
Dele em diante, somos nada, só dependência ou pena.
De 'sem' em valor ou em tempo, somos bons e fracos.
Vemos-nos em outros preços, em outra doença de permitir chegar perto.
Somos cotas, preços e sentimentos em fim.
Carnes de ventre livre. Somos almas. Vidas.
Esquecimento e lembrança em qualquer momento de pena.
Egoístas sempre. Em qualquer distração. Em qualquer capital.
Em qualquer herança.
Errados e seres. Vivos, somos.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cravos e flores

De caule e espinho
De verde e vermelho
Passado e presente

Passar de ponta a ponta o olhar
Contornar azul e marrom
De um lado na maldade avistar verdade
Do lado da verdade, avistar maldade
Sentidos num mar espumando vaidade
Imperar absurdamente simplicidade
Deparar-se na metade
Acerta-se com dobras de cumplicidade.