sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A última flor do hospital

Doente, porém, com consciência fora do coma, dentro de si. Calculando, atos, relatos, pisos, extratos, código de barra dos sorrisos, daqueles que brotam daquelas bonecas, daquele salto, daquele balançar. Preocupando-se mais com o artesanal. Era bem mais simples. Era bem mais divino, era bem mais oriental, era mais grego, clássico...
Insistente com esses clichês, precisava de dúzias de notas frias pra assoa-se da gripe assoladora. Ligava o rádio, com a ponta da folha, o que lhe restava dos dois lados, som e pontinha. Das ondas, estremecia, e largava as primeiras pétalas ao som dos tambores.Curava-se das coisas, se guardava, se deixando ultima, enquanto as do jarro ao lado caiam, ouvindo as conversas, dos acusados que tomavam o leito. Ouvia de longe, deixando-se da contaminação viral, usava mascara. Fotossintetisava um ar filtrado, passado da fina lã de vidro, pra transparecer maldade. Ganhou alta, germinaram duas sementes, brotaram duas, mal e bem. E com o vento, flutuavam de um lado a outro, ‘bens e mals- me-ques’.
lápide+ 16/02/91

4 comentários:

Thalyta França disse...

aaaaah.
tudo por aqui é massa demais.
além de tu fazer barulho na bateria muito bem ehiuehuie vc escolhe as teclas do teclado do computador muito bem tb.
=)

saulinho disse...

the big

Clara Campelo disse...

eu gosto doq vc screve :}

Paulo Victor disse...

que epitáfio mais sábio esse!